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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

MÚMIA


Adiei tantas decisões na espera calma e tranqüila de que as coisas iriam tomar caminho sem mim. Ilusão que eu já entendia na minha frente, mas tapava com um lindo pano branco. Fantasiava meus medos achando que eram belas fantasias e no fundo eram fantasmas a me assombrar. Todo dia a acordar pensando que... “ah deixa, amanhã eu resolvo isso”. E foram muitas manhãs de amanhãs que permaneceram intactas, imóveis. E eu a me arrastar feito lagartixa sem perna no jardim. Cada passo um esforço de me tirar o brilho. Não quero me mover. Permaneci assim feito múmia. Embalsamava meu corpo deixando que o ambiente fizesse o resto por mim.

9 comentários:

Tamára Roots disse...

Mas que bom que o dia amanheceu e você está de volta! =)
Bons dias pra ti querida.

Unknown disse...

é muitas vezes esperamos que algo acontece e nem percebemos que precisamo é A-G-I-R

D. Q. M. disse...

"E foram muitas manhãs de amanhãs".

aqui está o centro umbilical da displicência humana em relação a vida. Agora sim sei expressar esse 'deixar pra depois' que eu também costumo praticar.

Também sou um pouco múmia...

Você nos revela.
pessoas raras conseguem. Poetizas principalmente. E você é a poetiza desses pequenos momentos. E isso é grande, não pare de crescer!

Beijos.

Wenndell Amaral disse...

A inércia voluntária... Tenho muito disso também.

renata carneiro disse...

criar moveções é preciso: coisas que movem coisas.


brigada pela visita. volte sempre mais!

Luian Damasceno disse...

de manhãs e amanhãs a vida segue... por hora perdida, por hora encontrada. mas o importante é que ela siga, não negue amiga,
a vida é tão volatil quanto nós.

Unknown disse...

É ruim quando nos iludimos, mas é preciso reagir.

Beijos

Anônimo disse...

VAI!
É preciso, imensamente preciso, agir...

Fabio Rocha disse...

Muito legal seu blog. Incrível como bari o olho direto nesse texto. Estou conhecendo uma sequência de pessoas que adoram isso de adiar problemas... Vai entender essa vida... :) Beijos