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quinta-feira, 31 de julho de 2008

VEM FAZER PARTE DO MEU MUNDO NU


Tira essa camisa
Tira sua bermuda
Tira tudo e deita aqui
Você não precisa de vestes pra estar comigo
Não quero tua roupa
Não quero aquilo que te cobre e me impede de te ver
Dispa-se
Desvista-se
E fica comigo
Vem fazer parte do meu mundo nu
Vem ser você e nada mais
E eu me mostro a ti por inteira
Mostro o que tenho de melhor e mais perverso
Vem que prometo te fazer feliz
Sem vestes, sem panos, sem máscaras...
Deixe-se levar ao menos uma vez
Porque eu quero ficar nua
Eu quero estar nua
Pra você

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

terça-feira, 29 de julho de 2008

Porque eu mudo... Não me firmo em nada


Eu peco na intensidade e na falta
Eu peco no extravasar-me
Eu peco no mistério
Peco no querer ser-me sem objeções
Peco no resguarda-me receosa por condenações
Peco
Sou pecadora
E não há como agradar aos demais
E nem a mim tenho conseguido agradar
Me arrependo de cada coisa
Mesmo que na hora o ato tenha sido por vontade
No instante seguinte minhas vontades mudam
Eu não me firmo em nada
Não me firmo nem em sentimentos
As palavras se esvaem
As vontades ecoam como passado a partir da palavra proferida
É tudo pretérito
Tudo passa
O que fica é o que devia ter sido
Mesmo assim sei que se o oposto tivesse sido feito
Do oposto também me arrependeria
Porque eu mudo
Porque não tenho raízes em lugar algum
Porque as afirmações me deixam extasiadas
Não quero o sempre
Não quero o certo
Ou talvez a própria negação deles já seja um querer deles em si
Pois é...
A verdade é que eu não sei
É bem provável que ao terminar de escrever
Ache tudo o que escrevi besteira
E não condirá com meus sentimentos pós-escrita
É porque eu mudo
Eu não me firmo em nada

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

sábado, 26 de julho de 2008

Afetos Fragmentados

"A razão é como uma equação de matemática...
Tira a prática de sermos... um pouco mais de nós!"

(A fé solúvel - Fernando Anitelli)

quinta-feira, 24 de julho de 2008


Nessas tuas brincadeiras de dizer verdades
Esquece-te que posso acreditar no tom da brincadeira
Esquece-te que posso inverter sentimentos
Converter propósitos
Desvirtuar caminhos
E ao invés de brincar...
Porque não me pega de jeito e me tira o ar?
Me sufoca com teus beijos
Me envolve em teus abraços
E chega de se esconder em palavras de graça
Por que eu posso não querer-te mais.


-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

terça-feira, 22 de julho de 2008


É nessas horas em que nada vem ao meu alcance
Nessas horas que nada sai como planejado
Eu fico a me perguntar, porque será que vim ao mundo?
Quais meus planos? Caminhos? Destino?
E será que existe algo certo pra mim?
Será que existe essa coisa de destino?
Será que nossas vidas já estão traçadas ao nascermos?
Será que eu sou o que sou e sempre serei?
É que o mutável nessas horas me parece tão inaceitável
E mais inaceitável ainda é imaginar que as coisas são sempre como são
Tenho vivido na mesma constância de sentimentos
E quando pareço mudar de direção, algo no meu ouvido vem e me diz...
Volta pro teu caminho... O que estás a fazer aí?
E mais uma vez sigo a mesma estrada
Uma estrada cheia de entradas e saídas
E eu sempre retilínea
Sempre na mesma rota
Eu queria deixar-me
Me perder de mim mesma
E talvez assim sentir que o que eu estou sendo é na verdade apenas um estado de espírito
Eu apenas estava sendo algo dentro das infinitas possibilidades do que posso ser
E que as pessoas não “são”
Elas “estão”
Acabaria talvez percebendo que a vida não é algo estático
Que nós não somos objetivos
É tudo tão dinâmico
Tudo tão intenso
E as retas da vida nos impedem de rodopiar por aí
Eu queria ao menos uma vez andar sem saber aonde vai dar e não me sentir mal por isso
Por saber que no fundo eu estou indo aonde eu quero realmente ir.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-


quinta-feira, 17 de julho de 2008

AZEDUME


Estou com uma certa ânsia de vômito
Provocada pelas palavras que derramei em versos
A cada palavra me sobe de forma desagradável aquela sensação ruim
E fica apenas aquele gosto azedo na garganta
Mas eu não paro
Não me canso
Vou continuar a fazer de cada sensação um verso
Uma prosa
Um poema
Quem sabe cantar também
“Quem canta seus males espanta”
É preciso vomitar verdades
E ás vezes é preciso provocar o vômito porque ele fica preso
Há os que preferem um antiácido
Há os que preferem um chá de boldo
Eu prefiro a escrita...
E é tanta coisa que prendo em mim
Que quando solto vem tudo de vez
E fica só o gostinho azedo na garganta.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

terça-feira, 15 de julho de 2008

QUEIMAR

Me aquece por dentro
Coloca tua língua em mim
Me deixa em ebulição
Se derrama que eu me entrego a você
Mergulha no meu corpo
Vem com chamas que viro brasa
Eu quero é queimar
Porque tudo anda tão frio
Tão gelo
Tão branco
Tão nada
Eu quero tua boca na minha
Tua língua enrroscando com a minha
Quero você inteiro entrando em mim
E gozar a noite inteira
Porque hoje eu quero é queimar

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

sábado, 12 de julho de 2008

MENINO


Menino, não me olha assim cheio de graça
Que o meu olhar embaça
E faço pirraça por um beijo seu

Menino, esse brilho em teus olhos
Me tira os propósitos
De ser uma boa menina daquelas que é pra se casar

Menino, se soubesses quanto eu gosto
Quando me enrosco
Em teu corpo e me faz queimar

Menino, deixa eu ser tua garota
Deixa eu ser tua fera, tua mulher, tua ninfeta
Deixa eu ser a própria praga em tua vida

Menino, me diz que quer ser só meu
Que farei parte do mundo teu
E a ninguém mais prometo amar

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

quinta-feira, 10 de julho de 2008



Você me fode com os olhos
Me fode com seus atos
Me fode com suas palavras
E eu já nem sei de onde tiro forças pra gozar

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

segunda-feira, 7 de julho de 2008

ANÁLISE DO MEU PRAZER


Ando rindo de mim, rindo de minhas atitudes e do meu agir.
Acho engraçado a minha maneira de viver e de como dou conta dos meus prazeres e desprazeres.
Ultimamente tenho tido um intenso desejo de companhia. Uma extrema carência do outro. Mas o que me espanta é a minha forma de escolha. Não pode ser um outro qualquer, me parece que há uma obrigação de ser o outro que pouca atenção me dá. Tenho necessidade de ser vista pelo outro e se esse me retribui de maneira adequada ou mais do que esperava, tua companhia deixa de me ser prazer.
Eu não sei me doar a quem muito me dá.
Eu não sei não gostar de quem pouco se oferece.
É o prazer no desprazer.
É uma espécie de prazer masoquista que segue um ciclo e a cada um que se completa outro se forma. É uma busca interminável por um objeto platônico e quando ele o deixa de ser perde o encanto.
Não me canso de buscar o inalcançável, como uma paixão incontrolável pela lua como se fosse possível obtê-la.
Eu gozo no desgosto.
É a impossibilidade que me tira o fôlego.
É quando algo parece que não dá que eu corro atrás, que busco.
Quando tudo me parece dado, entregue, o prazer da conquista termina.
Como num sonho de uma histérica, no qual a mulher se encontra no melhor restaurante, com a melhor companhia, ouvindo a melhor música, comendo a melhor comida e nem assim ela está satisfeita.
É talvez eu seja insaciável.
E isso não melhora minha perspectiva e nem diminui meu riso.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

sábado, 5 de julho de 2008


Sinto como se estivesse vivendo pra dentro
O que sinto é algo tão particular
Pouco externalizo aquilo que passo... que penso
Deixo tudo por dizer
Deixo as coisas passarem e acontecerem como quiser
Fica tudo pelo dito do não dito
Entenda o que quiser
Tudo muito abstrato
Tudo muito no ar
Falta um pouco de concreto na minha vida
Colocar tijolo por tijolo encimentar no meio e colar
Está faltando construir coisas
Anda tudo muito parado
Idéias soltas
Coisas vagas
Uma construção às moscas
Tem muito estrume em mim
Ando precisando fertilizar.
-=Þëqµëñä Þö놡zä=-