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quarta-feira, 29 de abril de 2009

QUANTAS VEZES?



Quantas vezes terei que te dizer que o sol que eu queria ver contigo já não queima mais?
Quantas vezes você ainda me perguntará porque não dançamos mais no mesmo ritmo?
Quantas vezes terei que te fazer entender que a nossa estrada se partiu em duas?
Quantas vezes terei que falar em alto e bom tom a você sentimentos que não me pertencem para que quem sabe você acreditando eu também possa me convencer?
Quantas vezes precisarei ser cruel com nós dois para poder seguir meu caminho?
Quantas vezes terei que te deixar ir para que você não volte?

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

terça-feira, 28 de abril de 2009

SOBRE MEDIDAS



Me dê traços
Me dê contornos
Me dê limites
Me dê a medida entre nós

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

segunda-feira, 27 de abril de 2009

DE QUANDO SE ESTÁ LONGE DEMAIS


Sempre achei o caos muito mais interessante do que a tranqüilidade do equilíbrio. O turbilhão de coisas ao meu redor acontecendo ao mesmo tempo em fluxos diversos e dispersos. Uma verdadeira bagunça se analisada de perto, mas que se vista de longe chega a conseguir se passar por um verdadeiro grupo de bailarinas em perfeita sincronia. De longe tudo parece ser bem mais simples do que se é. Pois é e diante disso percebi que vivi longe demais de tudo a ponto de ver beleza naquilo que conhecia superficialmente. Aos poucos fui tentando me aproximar. Agora perto demais o caos me incomoda e chega até a me asfixiar. É preciso ter coragem pra chegar mais perto da VIDA e olhar pra ela bem lá no fundo. Tem sempre muita coisa pra arrumar.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

domingo, 26 de abril de 2009

SOBRE RESTOS


Pense em tudo o que fomos um para o outro...
Pense em tudo o que somos hoje...
Eu só vejo resto.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

sábado, 25 de abril de 2009

DO QUE ME ESCAPA


Da chuva que cai tento absorver cada gota que cai sobre mim.
Impossível!
Todas passam e não ficam.
Cada uma com seu tempo
Depende do vento que passa e as leva.
Bebo o maior número de gotas tentando assim torná-las parte de mim
Transpiro e mais uma vez elas me escapam.
Nada é nosso o bastante.
Até nossa própria vida que achamos ter um certo controle.
Um dia ela também escapa de nós.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

sexta-feira, 24 de abril de 2009

DO QUE AINDA NÃO SEI [2]


Machuca mais saber que há algo que não sei
Do que simplesmente não saber

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

quinta-feira, 23 de abril de 2009

DO QUE AINDA NÃO SEI

É difícil falar sobre as coisas que nunca havíamos pensado antes. Trabalhar com o inesperado e saber que dali pode sair uma grande questão. Deparo-me com coisas que eu simplesmente não sei. Mas não por não saber de fato, mas porque eu nunca havia pensado em qualquer tipo de possibilidade remota de sua existência. Dar ritmo, forma, contorno e limites a esse tipo de coisa tem me soado um tanto quanto nada. Me parece que venho construindo casas no ar. Estradas a voar. Tudo se esbarra e nada se encontra.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

quarta-feira, 22 de abril de 2009

SOBRE MEUS DIAS

Ultimamente tenho vivido minha vida assim como tenho acompanhado as histórias dos livros. Levo tudo muito bem até a vigésima página. Depois largo, esqueço, desisto. Me cansa. Me basta. Não me cabe. Tudo me parece muito ou quase nada. Não termino nada que começo e arranjo explicações dentro de lógicas ilógicas. Parece perda de tempo. Parece falta que não se preenche. Parece abismo pronto para se saltar. Folheio o que me falta e nenhuma palavra salta e me prende. Nada me faz continuar e ver o fim.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

terça-feira, 21 de abril de 2009

RESSURREIÇÃO


Esses pensamento que me corroem por dentro. Que me aprisionam. Fazem eu ter medo do que eu sou. Do que eu fui. Do que deixei de ser. Me conheço, mais vejo cada ato conseqüência de cada traço meu. Me revolto e não admito. Não aceito. Conhecer o que me causa. O que me leva. O que me faz ser quem sou. Esse tipo de conhecimento tem me aprisionado em meus pensamentos. Fujo deles por alguns minutos e eles me encontram. Reavivei sepulturas. Fiz culto aos mortos e eis que o cemitério todo se levanta. De volta à realidade como zumbis a espera de algum tipo de antídoto que lhes dêem vida. Eis que meus sentimentos assim ressurgem. Estranhos a mim, mas parte daquilo que venho buscando do fundo do meu ser. E não sei quantos mortos ainda levantarei. Mas sinto que é só o começo.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

segunda-feira, 20 de abril de 2009

NÃO ME PEÇA

Não me peça para parar de te olhar, não entendes que o brilho de teus olhos que alimenta minha alma, que me faz caminhar e querer ser mais do que sou.
Não me peça pra não te olhar tão fundo, pois vendo tua alma que me vejo, que me reconheço em você e em mim.
Não me peça para não te seguir, pois teu passo é meu passo e sem você perco o caminho e ando ao léu.
Não me peça para seguir sozinha, pois com você que aprendi a andar, não me deixe sem guia, pois eu posso me perder de você e nunca mais te encontrar.
Não me peça pra eu me perder de você, pois assim me perco de mim, pois assim me perco do mundo, perco o chão, perco os sentidos, perco as palavras.
Não me peça para te esquecer, pois em cada poro de meu corpo exala teu cheiro.
Não me peça nada além de ficar com você eternamente, pra sempre juntos, num só momento, num só espaço, num só corpo.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

domingo, 19 de abril de 2009

QUANDO CONHECI MAIS DE MIM

Eu não posso ser o que você quer que eu seja, então me deixe respirar só. Eu não posso ser pra você o que você quer de mim. O meu melhor é aquilo que pude te mostrar. É o que sou hoje e você parece nem ligar. Isso que sou é o como eu sei ser. Tentei mudar, mas a mudança não fez de mim alguém melhor. Não me reconhecia em mim. Não precisa ficar com o que hoje sou. Não precisa gostar de mim assim como estou. Mas de verdade eu estou bem comigo assim, e se você não está isso já não é mais tão importante. Consegui encontrar algo dentro de mim que é só meu e que pode viver sem você por perto. Parte disso me faz ser melhor do que quando estou com você, por isso não tenho mais tanta certeza sobre nós. E se for pra voltar será do meu jeito. Sem regras impostas e sem cronogramas a seguir. Amores não marcam horas na agenda.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

Afetos fragmentados


"[...] Sempre tive a sensação de mal-estar no mundo, uma sensação de não caber no meu espaço, um desconforto diante de meus pares – eu me pergunto: tenho pares? Eu sabia que em mim há uma mulher que tento esconder ferozmente. Tenho medo que as pessoas identifiquem meus excessos, essa quantidade absurda de pernas e braços que camuflo sob a roupa que visto. O que diriam se soubessem das muitas que vivem em mim e tentam bravamente, numa luta corporal, projetar-se do meu corpo? Tomariam-me por uma aberração?[...]"

[Clarice Lispector]

sexta-feira, 17 de abril de 2009

DO QUE ME CABE


Cabe a mim ser o mais íntimo de meu ser
Cabe a mim encontrar minha essência e me deixar guiar por ela
Cabe a mim caber somente a mim
Obedecer o que me convém
Dentro de estratégias não tão lógicas e talvez surreais
Não preciso da aprovação dos demais para ser-me
Já me bastam aquelas que a vida nos obriga a receber
Quero ter só mais uma
A (a)provação de mim comigo mesma
E se eu estiver de acordo...
Isso definitivamente tem que me bastar.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

quarta-feira, 15 de abril de 2009

PARADA


Parada
Parada
Parada
Nenhum toque
Nenhuma nota
Nenhum som
Nenhum movimento
Parada
Parada
Parada
Recolha o corpo
Providencie o caixão
A morte chegou mais cedo
A vida fugiu do corpo
Parada
Parada
Parada


-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

terça-feira, 14 de abril de 2009

POSSIBILIDADES QUE PARALIZAM

Não agüento mais o nada, o talvez e o quem sabe. Não agüento não ter mais certezas. A verdade se esvaiu e foi pra vala. Estou num mundo de interrogações. Eu não quero as possibilidades, quero o que é. Quero conclusões. Quero ter certeza de saber pra onde estou indo. Não quero ter vontade de voltar. Quero seguir, ir adiante. O desafio de nada ser e poder ser o que quiser não me tem sido confortável.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

sábado, 11 de abril de 2009

DO MEU CAMINHAR


Ecos que seguem
Vazios ocos
Caminhos sem fim
Retornos ovais
Algo me persegue
E me leva quase sempre para o mesmo lugar
Ou para lugar nenhum

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

quinta-feira, 9 de abril de 2009

APRENDIZAGEM


A vida me ensinou que viver é muito mais que sentar na janelinha.
É preciso botar a mão na massa descer do vagão e deixar algumas coisas passarem.
De vez em quando precisamos fincar raízes em solo firme.
Plantar bons frutos e fazer uma boa colheita.
Não dá pra viver levando a vida a uma certa distância pra se proteger.
Não dá pra controlar e premeditar tudo.
É preciso ter sofrimento pra reconhecer as alegrias.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

quarta-feira, 8 de abril de 2009

COMO UTILIZAR MAL O TEMPO


Sei lá... Sei lá...
Tenho tido tempo de sobra.
É tanta sobra que tenho jogado fora
Tem ido pra vala, pro lixo
Tenho perdido meu tempo.
Cada mísero segundo
Tudo isso porque tenho gastado ele com você
Você que não vale nada
Meu tempo não merece mais ser gasto contigo
Nem o tempo que me sobra
Quanto mais o que me falta
Pois é escute bem
Eu não gasto mais meu tempo com você


-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

domingo, 5 de abril de 2009

SEM LUGAR


Me remexo...
Me reviro...
Me contorso...
Na cama.
Procuro um lugar
Não me encaixo.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

Obrigada


Gostaria de agradecer o selinho que ganhei da Willa.
Muito obrigada querida, sempre fico feliz ao receber esse tipo de carinho.
Isso demonstra que tenho plantado e colhido bons frutos nesse mundo blogueiro.

Beijos a todos!

P.P.

sábado, 4 de abril de 2009

Afetos Fragmentados

[...] "O que eu sou para você não é verdade
O que eu sou para você, você não precisa
O que eu sou para você não é o que você significa para mim
Você me dá milhas e milhas de montanhas
E eu pedirei...

O que eu te dou é somente o que eu atravesso
Isso não é novo, não, só mais uma fase para atravessar
O que eu realmente preciso é o que me faz sangrar" [...]


[Tradução de um trecho da música "Volcano" de Damien Rice]