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domingo, 29 de novembro de 2009

DOS MEUS CAMINHOS


Ei, você. Que dizia saber tanto sobre mim. Me responde agora que já não sei mais. Me diz que traços contam minha história? Que linhas ainda tenho a percorrer? Nesse mapa errado de traços apagados eu já me perdi de mim.

sábado, 28 de novembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

DAS TUAS MARCAS


Eu queria não ter que me lembrar de você na minha pele. Teu gosto. Teu cheiro. Teu suor. Está tudo impregnado em mim. Tuas digitais marcadas em meus seios. Sinto no relevo da minha pele cada parte do meu corpo que você tocou. Não adianta lavar. Nem a bucha já gasta de tanto esfregar meu corpo conseguiu tirar você de mim. Invadiu meu ser. Está dentro e fora. Meu corpo fica exalando você o tempo todo. Já não resta em mim nada que não venha de você. Mas é tudo resquício. Foi só o que ficou. É a forma do meu corpo pedir por você mais uma vez.

domingo, 22 de novembro de 2009

QUANDO VIRAMOS NÓS


Estranho jeito esse meu de me aproximar do teu corpo, da tua pele, do teu toque. Cada contato sinto meu corpo vibrar. Me afasto. Tenho ido perto demais num curto espaço de tempo. Eu não consigo chegar até você sem sempre buscar voltar ao ponto de partida. Nós dois me desconcerta. Me desarruma. Voltar é ter a segurança de que em algum lugar eu tenho o chão que você não me dá. A vida não é só feita de asas. A gente também precisa pousar.

sábado, 21 de novembro de 2009

Versos Fragmentados

"Meu mestre amado,

Não tenha medo.
Não se mova.
Não fale.
Ninguém irá nos ver.
Fique onde está. Quero olhar para você.
Temos a noite toda para nós e quero olhar para você.
Seu corpo para mim.
Sua pele.
Seus lábios.
Feche os olhos.
Ninguém pode nos ver e eu estou aqui ao seu lado.
Está me sentindo?
Quando eu o tocar pela primeira vez será com meus lábios.
Você vai sentir o calor, mas não saberá onde.
Pode ser que seja nos olhos.
Vou pressionar minha boca contra seus olhos e você irá sentir o calor.
Abra seus olhos agora, meu amado. Olhe para mim.
Seus olhos nos meus seios.
Seus braços me erguendo, me fazendo deslizar sobre você.
Meu choro abafado, seu corpo estremecendo.
Não há fim para isso. Não está vendo?
Você vai ficar para sempre jogando a cabeça para trás e eu estarei para sempre enxugando minhas lágrimas.
Este momento tinha que acontecer. Este momento acontece e continuará a acontecer a partir de agora e para sempre.
Nunca mais vamos nos ver. O que tínhamos de fazer, nós fizemos...
Acredite, meu amor, nós fizemos eternamente.
Mantenha sua vida fora do meu alcance.
E se isso pode fazê-lo feliz, não hesite um só instante em esquecer a mulher que agora diz, sem nenhum vestígio de arrependimento, adeus."



Carta que aparece no filme "Paixão Proibida", inspirado no romance de Alessandro Baricco, "Seda".
Essa carta na verdade é apenas um trecho da carta que está no livro. Partes mais quentes foram cortadas. Confesso que fiquei no mínimo curiosa para lê-la na íntegra.

sábado, 14 de novembro de 2009

DO QUE NÃO VOLTA


Eu to aqui tentando consertar os estragos que fiz da minha vida. Os caminhos que entortei e das lascas que tirei. O tempo leva tanta coisa que não volta nunca mais. Fica só saudade. Só lembrança. Só estrago. Fica só. É, fico. E dos preenchimentos que tento fazer fica sempre com acabamento ruim. Não tem concerto. Nem o sorriso tem mais aquele brilho e as palavras quase nem saem com qualquer entonação. Sei que não fui só eu, mas me deixo com pesos maiores porque são histórias que se repetem. Então de alguma forma isso parece estar muito mais em mim.


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

DAS MINHAS FUGAS


Me pego fugindo de tudo. Principalmente das responsabilidades que me cabem. Engraçado é que quando tenho que retornar me vem como uma bomba. Estoura e não sei pra que lado olhar. É sempre assim antes e depois da fuga. A fuga também é estouro. É tudo fulgás. No fim das contas só restam pó e cinzas. E flashs, muitos flashs. Nada por inteiro. E nenhum lugar pra chamar de meu.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

QUANDO FIQUEI SÓ

Aprendi nesses dias a estar só comigo mesma. Não é rejeição do que vem de fora, mas é acolhimento de mim mesma. De respeitar meus pensamentos. De saber ficar horas e horas se ouvindo. A princípio fui forçada a isso, mas quando vi estava pegando o gosto e o jeito. Não me entenda mal, não é que eu não goste ou não consiga estar só, mas das vezes que o fiz foi por escolha e opção. Dessa vez o meio e pessoas me levaram pra uma espécie de solidão acompanhada. E meu falar saia vazio, virando murmúrio no ouvido de outrem. Até que me calei pra falar a mim mesma e minha solidão de só acompanhada ficou preenchida. Consegui me desprender da solidão vazia e triste. Daquele só, cheio de pesar. Pude parar pra pensar em tanta coisa e confesso que não fiz a descoberta da minha vida, nem agora em diante serei uma pessoa melhor e transformada. Não se trata disso. Se trata de pequenas coisas, pequenas vírgulas, pequenos vãos, coisas pequenas que eu não via e só de ver já é melhor, já muda algo, já vai alguns graus pra direita ou esquerda quem sabe. Só virei um pouco o leme do meu barco da vida. Os ventos estão mais suaves e continuo a seguir. Aprendendo a caminhar um pouco mais só, um pouco mais calma, um pouco mais leve. Deixei alguns pesos pra trás.