
Engraçado que não foi bem assim que me imaginei começando o ano. E de certa forma não está indo de todo mal. Em alguns pequenos prazeres que havia deixado pra trás tenho conseguido trazer pra mim uma certa paz de que tanto necessito. Cabendo no tempo que carrego já me basta. Ás vezes faço do tempo elástico e chega até a caber mais de 24 horas num só dia. Ou pelo menos cabem muitas coisas além do que poderiam ser feitas em apenas 24 horas. E num relógio longe do meu, com ponteiros que marcam o real, a vida continua a seguir, ao som de badaladas que me fazem acordar pra o que me espera. O que me espera? É isso que venho tentando descobrir, pois a maior parte do tempo só abro os olhos pro que espero. E não vendo nada me dou por cega diante de todo o resto. Eu me pergunto se realmente haverá o resto? E será que ele de fato tem que ser o resto em minha vida? O que será que tenho nomeado por restos. Talvez seja a hora de descobrir e ver todas as dimensões para além daquilo que eu vivi. Talvez isso tudo ainda seja uma forma de esperar. Mas fiz também da minha esperança elástico e alarguei as possibilidades. Quero aprender a esperar o que me espera.