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domingo, 16 de agosto de 2009

SOBRE MEUS DIAS DE DOMINGO

A vida? O que espero dela? Com certeza mais do que venho fazendo de fato por mim. Minha vida tem sido uma espécie de amontoados de domingos sentada sozinha em frente a TV, assistindo filmes que me dão os suspiros que a minha vida não me dá. Tenho vivido através da vida de outras pessoas, onde no fim sempre o melhor acontece. Algumas vezes me decepciono pois queria mais emoção, mais amor, mais alegria, mais paixão. Entendi que o problema não é das histórias e sim das expectativas e responsabilidades que dou a elas. Como se elas tivessem a obrigação de suprir as faltas da minha vida. A verdade é que a história que quero pra mim não foi contada por ninguém e do jeito que ando a me mover nem em minha vida ela será.
Olhei pra mim bem de perto e vi alguém que tem tanto medo de ficar sozinha que se afasta das pessoas a quem consegue um mínimo de aproximação mais profunda. Talvez quem ache que me conheça leia isso e nem consiga me identificar nessas palavras, mas só eu sei do que falo e o quanto solitário é esse caminho. Semana passada decidi largar a análise, justamente por não conseguir me sentir a vontade o suficiente pra falar de verdade aquilo que realmente importa pra mim. Confiança. Ela me pediu confiança para que eu continuasse. Pois calada ou não a dor sempre está lá, se trata de que tipo de dor a gente quer para nossa vida. E tem sido um esforço grande continuar a ir duas vezes na semana, sentar no divã e me obrigar a pensar nas minhas feridas e desejos. Percebo que além de nunca ter confiado em ninguém o bastante, nem em mim mesma eu pude, pois até de mim escondi quem eu sou. Soube muito bem me esconder e agora parece tarde o bastante pra me encarar de frente e me ver tão humana e tão sem braços e com milhões de pernas. Com uns 5 talvez 6 ouvidos e sem nenhuma boca. E olhos? Ah, muitos e de várias cores e tamanhos. Então tento confiar meus membros e órgãos a alguém que espero que não os decepem, mas me ajude a tentar conviver com eles. E o que precisar ser arrancado fora eu mesma farei. Eu só preciso de tempo e não tenho certeza se será em curto prazo. Enquanto isso, vou me enchendo de dias de domingo, de uma calma necessária pra mim por hora.

5 comentários:

Paulinho Cajé disse...

Essa coisa de tentar encontrar sentido na ficção para a sua própria vida acontece comigo, mas eu sempre quebro a cara e velho que aquilo só acontece em filmes e novelas. E que no final tudo pode ficar pior!
Mas a esperança realmente precisa existir, devemos confiar que um dia tudo pode mudar. Um dia...!


Beijo querida!

Pirulito disse...

Esse negocio de pensar em voce mesmo, nas suas feridas é muito dificil. É um esforço tremendo.
Mas se culpar por não encontrar suas respostas é pior ainda.

Ficar no meio entre buscar as respostas e viver-experimentar é o caminho eu acho. As vezes da vontade de desistir também, mas o processo não tem mais volta.
Ja era mano brown

beijos Gigi

Su disse...

meus dias de domindo são tão entediantes que tenho medo da angústia que me causa... a solidão atormenta!

bjosss!!!

Lucas Lima disse...

que turbilhão de emoções, rsrsrs
Sabe que eu aprendi a conviver pacificamente com os domingos, de maneira não antes esperada, rs
Bjs e bons dias

Priscilla disse...

Qualquer dia vamos gastar mais um domingo jogando UNO?

^^