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sábado, 21 de novembro de 2009

Versos Fragmentados

"Meu mestre amado,

Não tenha medo.
Não se mova.
Não fale.
Ninguém irá nos ver.
Fique onde está. Quero olhar para você.
Temos a noite toda para nós e quero olhar para você.
Seu corpo para mim.
Sua pele.
Seus lábios.
Feche os olhos.
Ninguém pode nos ver e eu estou aqui ao seu lado.
Está me sentindo?
Quando eu o tocar pela primeira vez será com meus lábios.
Você vai sentir o calor, mas não saberá onde.
Pode ser que seja nos olhos.
Vou pressionar minha boca contra seus olhos e você irá sentir o calor.
Abra seus olhos agora, meu amado. Olhe para mim.
Seus olhos nos meus seios.
Seus braços me erguendo, me fazendo deslizar sobre você.
Meu choro abafado, seu corpo estremecendo.
Não há fim para isso. Não está vendo?
Você vai ficar para sempre jogando a cabeça para trás e eu estarei para sempre enxugando minhas lágrimas.
Este momento tinha que acontecer. Este momento acontece e continuará a acontecer a partir de agora e para sempre.
Nunca mais vamos nos ver. O que tínhamos de fazer, nós fizemos...
Acredite, meu amor, nós fizemos eternamente.
Mantenha sua vida fora do meu alcance.
E se isso pode fazê-lo feliz, não hesite um só instante em esquecer a mulher que agora diz, sem nenhum vestígio de arrependimento, adeus."



Carta que aparece no filme "Paixão Proibida", inspirado no romance de Alessandro Baricco, "Seda".
Essa carta na verdade é apenas um trecho da carta que está no livro. Partes mais quentes foram cortadas. Confesso que fiquei no mínimo curiosa para lê-la na íntegra.

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