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terça-feira, 22 de julho de 2008


É nessas horas em que nada vem ao meu alcance
Nessas horas que nada sai como planejado
Eu fico a me perguntar, porque será que vim ao mundo?
Quais meus planos? Caminhos? Destino?
E será que existe algo certo pra mim?
Será que existe essa coisa de destino?
Será que nossas vidas já estão traçadas ao nascermos?
Será que eu sou o que sou e sempre serei?
É que o mutável nessas horas me parece tão inaceitável
E mais inaceitável ainda é imaginar que as coisas são sempre como são
Tenho vivido na mesma constância de sentimentos
E quando pareço mudar de direção, algo no meu ouvido vem e me diz...
Volta pro teu caminho... O que estás a fazer aí?
E mais uma vez sigo a mesma estrada
Uma estrada cheia de entradas e saídas
E eu sempre retilínea
Sempre na mesma rota
Eu queria deixar-me
Me perder de mim mesma
E talvez assim sentir que o que eu estou sendo é na verdade apenas um estado de espírito
Eu apenas estava sendo algo dentro das infinitas possibilidades do que posso ser
E que as pessoas não “são”
Elas “estão”
Acabaria talvez percebendo que a vida não é algo estático
Que nós não somos objetivos
É tudo tão dinâmico
Tudo tão intenso
E as retas da vida nos impedem de rodopiar por aí
Eu queria ao menos uma vez andar sem saber aonde vai dar e não me sentir mal por isso
Por saber que no fundo eu estou indo aonde eu quero realmente ir.

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-


Um comentário:

sunhill disse...

Pequena Poetiza.

Acho linda a maneira como te desnudas sem pudores e preconceitos. Diferente de outras pessoas que descobrem apenas o corpo, tu revelas, sem quaisquer constrangimentos, a tua alma. Mesmo na dúvida, quando questionas e vida e os caminhos a seguir, não tens medo de mostrar-te como és, na plenitude de tua transparência.

Como seria bom que todo mundo fosse assim, sem falsidades.

Imagino que apenas os nudistas e os poetas compreendem isto.

Nós compreendemos.