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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

QUANDO FIQUEI SÓ

Aprendi nesses dias a estar só comigo mesma. Não é rejeição do que vem de fora, mas é acolhimento de mim mesma. De respeitar meus pensamentos. De saber ficar horas e horas se ouvindo. A princípio fui forçada a isso, mas quando vi estava pegando o gosto e o jeito. Não me entenda mal, não é que eu não goste ou não consiga estar só, mas das vezes que o fiz foi por escolha e opção. Dessa vez o meio e pessoas me levaram pra uma espécie de solidão acompanhada. E meu falar saia vazio, virando murmúrio no ouvido de outrem. Até que me calei pra falar a mim mesma e minha solidão de só acompanhada ficou preenchida. Consegui me desprender da solidão vazia e triste. Daquele só, cheio de pesar. Pude parar pra pensar em tanta coisa e confesso que não fiz a descoberta da minha vida, nem agora em diante serei uma pessoa melhor e transformada. Não se trata disso. Se trata de pequenas coisas, pequenas vírgulas, pequenos vãos, coisas pequenas que eu não via e só de ver já é melhor, já muda algo, já vai alguns graus pra direita ou esquerda quem sabe. Só virei um pouco o leme do meu barco da vida. Os ventos estão mais suaves e continuo a seguir. Aprendendo a caminhar um pouco mais só, um pouco mais calma, um pouco mais leve. Deixei alguns pesos pra trás.

3 comentários:

clarice ge disse...

Este é um dos aprendizados mais importantes em nossa vida. Quem está bem em sua própria companhia tem mais chances de estar bem com as demais.
Maravilha de texto, traduz calma e amadurecimento.
Grande abraço Gigi

Wenndell Amaral disse...

Isso é algo que a maioria das pessoas com não conseguem. É algo importante. Falar consigo mesmo. Faço sempre que posso. Não sei se me ajuda muito, mas faço. rs.

Ígor Andrade disse...

Belo aprendizado!
Abraço!