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quinta-feira, 21 de maio de 2009

DE QUANDO ME CALO

Atônita e sem movimento não pude respirar, nem sequer esboçar algum tipo de reação para que pudessem me nomear de louca, desvairada, atormentada a ponto de ser internada. Mas por dentro minhas entranhas me sufocavam, ouviam-se gritos de desespero, meu sangue corria mais rápido, o pulsar do meu coração atormentava minha cabeça e, no entanto, o suor frio deixava meu corpo gelado, duro, petrificado. Minha respiração ofegante era um grito calado de socorro: “me tirem daqui”. Eu não queria ver, mas vi cada movimento, ato, aproximação. E deixava toda a percepção do momento me adentrar, invadir sem pedir licença e cortar meus olhos a ponto de me imaginar chorando lágrimas de sangue invisíveis e ninguém ali tinha noção do meu sofrimento tão particular. Meu choro reprimido entalava na garganta produzindo um início de ânsia de vômito, que deixei guardado pra cuspir um dia em você. E da raiva reprimida um pouco também me cabe por me permitir ainda sentir certos sentimentos. Sentimentos esses que nem sei ao certo nomear em palavras. É tudo sensação que não cabe em categorias. Cabem só no presente e depois passa. Sempre passa...

-=Þëqµëñä Þö놡zä=-

4 comentários:

Su disse...

Entendo bem essa sensação, por dentro está um turbilhão, e por fora estatíca, sem reação...
Mas ainda bem que tudo passa né!
Bjosss!!!

Anônimo disse...

Nossa! Se não passasse estava ferrada! Já senti coisas assim tb. Aff...

clarice ge disse...

"A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional. Nós não podemos evitar a dor, mas podemos evitar a alegria." (Tim Hansel)
Pense nisso!
Carinhos

Lucas Lima disse...

Tu continuas escrevendo muito bem, passei quase a manhã toda lhe descobrindo os escritos.
Cada vez melhor...
Bjs, bom fim de semana.