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sábado, 15 de maio de 2010

DESSA NOSSA RELAÇÃO SEM NOME


Ainda estou tentando delinear o que de fato você se tornou pra mim hoje. Nossas relações se dissolveram e toda vez que me pego significando você não encontro lugar. Ou talvez sejam vários que num momento de ação sua não sei de qual lugar você usa para falar determinada coisa. Então te resignifico a todo momento. Repenso tuas formas em mim. Tuas formas em nós. E não sei. Continuo a não saber. Não nos demos nomes. E ás vezes quando fazemos uso de alguma nomeação sempre parece inapropriada. Descabida. Parece que a gente vai ter que parar de querer encontrar formas prontas pra nós. Vamos ter que criar o nosso próprio jeito e inventar um nome. Ou talvez deixa esse nome pra lá... pra que nomear? Talvez eu na busca por reconhecer formas e limites tenha deixado de sentir que formas eu quero que fiquem em nós. Mesmo que estas possam ainda não terem sido inventadas. Talvez o que nos falta é nos deixar guiar pelo que sentimos. É que de alguma forma em alguns momentos eu tenho toda pressa e ao mesmo tempo não tenho pressa nenhuma.





Então eu te disse que o que me doíam essas esperas, esses chamados que não vinham e quando vinham sempre e nunca traziam nem a palavra e às vezes nem a pessoa exata. E que eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse.

(Caio Fernando Abreu)

6 comentários:

Unknown disse...

O pior não é saber ou desconfiar de algo, é ter a certeza!

Su disse...

Deixe-se sentir, deixe-se viver. Através do sentir descobrimos e inventamos o mundo.


bjosss!

(marta silva) disse...

eh..eu nao sei ate que ponto gosto de nomear as coisas, as vzs tenho a impressao de q quando se faz isso, entitulo, ela se fecha, e eu gosto dessa liberdade de nao saber o nome, nao fechar a possibilidade dela viver assim...sem ninguem fechando ela.

deu pra entender? aeuahehuae
;*

Mell Renault disse...

Oi menina!

Saudades de vir aqui, mas não estive bem esses dias...

Que lindo o título...vou roubar qualquer dia!! rsrsr

Esse texto me lembrou aquela música Nosso estranho amor!!

Saudades de ti lá no pensamento!
Um carinho!
Mell

Renata de Aragão Lopes disse...

"Não nos demos nomes."

Gostei disso!

Beijo,
doce de lira

Tamára Roots disse...

não nomear, não restringir. em alguns casos,funciona.
fico grata em vir aqui e sempre ter textos falando dessa relação q não tem nome, mas q é rodeada de sentimentos diversos..
bons dias pequena.