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segunda-feira, 3 de maio de 2010

UM CONTO DE UM ENCONTRO (PARTE 2)

Indico que leiam ouvindo a canção da Tiê - Aula de Francês




Foi em um janeiro que eles voltaram a se encontrar. Ali sentados naquele café de uma esquina francesa qualquer, puderam praticar suas línguas conterrâneas. Puderam compartilhar causos e acasos de suas vidas. Perguntaram de si como se investigassem suas próprias vidas. Mas nada ali foi intimidador. Parecia que se conheciam ha anos. Conversavam como dois amigos de longa data com uma intimidade e afinidade conquistadas ali, no agora, na relação. Carolina lembrou da passagem que tiveram. A primeira vez que se viram. Pedro disse que se lembra bem. Porque ficou com aquele rosto em sua cabeça durante todo esse tempo que se passou. Também teve vontade de pará-la, mas deixou ir, pois aquele era seu ultimo dia no Brasil e sua vida estava complicada demais pra arranjar mais dores pra sua partida. Carolina assim entendeu porque nunca mais Pedro havia passado naquele lugar durante todos os dias que ela esperou por ele. É claro que ela ainda não falou com ele sobre sua espera. Parecia ainda não ser o momento, a hora certa. Carolina guardava ainda segredos pra si, principalmente aqueles que pudessem deixar aquele encontro com sabor de pesar. Decidiu apenas aproveitar, sentir aquilo como se fosse um ultimo suspiro. Depois do café, andaram pelas ruas conversando e rindo. Olhar para a paisagem era casual, quase um charme da relação. Esqueceram de seus compromissos e o tempo que tinham fora dali, daquele encontro. Dividiram-se trocando partes de si. Já de madrugada, depois de passarem o dia todo juntos apenas conversando, Pedro levou Carolina até seu hotel. Carolina enquanto caminhavam ficava se perguntando se pedia pra ele subir ou não. Quando chegaram, não fez o convite, ele apenas deu o endereço de sua casa e seu telefone. Ela pegou o bilhete dobrado e guardou no bolso, sem trocar seu telefone com ele. Ele ficou apenas com aquele sorriso encantador no rosto esperando retribuição. Não houve e ele não pediu também. Ele sabia onde procurá-la se quizesse. Num abraço apertado se despediram com um beijo leve e demorado no canto dos lábios. Ela subiu até seu quarto no 7º andar e olhando o relógio viu já estar atrasada. Eram 02:37. Seu vôo para o Brasil sairia ás 03:15. Pegou suas malas e chamou um taxi para o aeroporto.

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